Michele Froehlich Cardoso, 20 anos, filha dos empresários Maristela Froehlich Cardoso e Sandro Roberto Barbosa Cardoso, natural de Santa Maria era protética e trabalhava na Kiss. De sorriso cativante, determinada, com personalidade forte, era difícil dar o braço a torcer.
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Michele com a irmã Clarisse |
Minutos depois, começaram as perguntas: "Tu está bem?" Outro texto questionava:" Como assim? Explica isso"; ou, então:"Sério, MIIIII?" Um outro parecia gritar:"MIIIIII", em vão.
Michele, que estava trabalhado na Kiss, foi encontrada morta na boate. Ela estava acompanhada da irmã, Clarissa Lima Teixeira, e do namorado, João Paulo Pozzobon, 20 anos, que também sucumbiram ao incêndio. João Paulo morreu porque, já fora da boate, e contrariando o apelo dos amigos, retornou á Kiss para tentar salvar Michelle, que havia pedido socorro pela rede. O casal havia se conhecido na casa noturna seis meses antes. Foi a primeira grande tragédia brasileira testemunhada e comentada em tempo real pelas redes sociais, principalmente pelos jovens, que se identificaram com as vítimas. O pedido de Michele permaneceu online. Assim como milhões de tuites e posts relacionados à tragédia de Santa Maria, de todas as partes do mundo anônimos e famosos, que se multiplicaram durante a semana.
Clarissa Lima
Teixeira, 26 anos, estudante de Letras e "filha do coração", e Bruno
Froehlich Cardoso, à época com 23, curtiam a balada, enquanto Michele Froehlich
Cardoso, 20, cumpria um de seus últimos turnos de trabalho no bar – a atividade
eventual era um complemento à renda do emprego como protética. Todos os irmãos
já haviam sido funcionários da danceteria.
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Michele e o irmão Bruno |
– Mãe, eu
não acho as gurias! Pede para o pai vir para cá!
Às 3h30min,
o casal já estava imerso no caos que circundava a boate. Carros particulares
embarcavam os feridos e zuniam atrás de socorro, voluntários quebravam a
fachada do prédio para tentar livrar os frequentadores trancafiados. A pedido
de um conhecido que queria cobrir o rosto e encarar o inferno que ardia a quase
300ºC, Sandro tirou a camisa. Saberia mais tarde que passou pelo corpo de
Clarissa estendido na calçada do supermercado, sem reconhecê-la.
Parentes passaram a percorrer os estabelecimentos de saúde atrás de notícias: as garotas não estavam no Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo, nem no Pronto Atendimento Municipal, tampouco no Hospital Universitário. Ainda de manhã, confirmaram-se as duas mortes, com 20 minutos de intervalo entre uma e outra.
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Michele e o namorado João Paulo Pozzobon |
O caso de
Michele ganhou especial destaque devido a um apelo que postou no Facebook ao
constatar o fogo: "Incêndio na KISS socorro". Era tamanho o horror
daqueles dias e o assédio dos repórteres em Santa Maria que a família saiu da
cidade – primeiro, refugiou-se em Ijuí. Depois, partiu para Torres.
Quando ainda
eram cinco, Sandro já planejava uma rotina mais tranquila com o negócio de
esquadrias. Veio a tragédia, e o casal, com o auxílio de Bruno, resolveu
encarar o trabalho com afinco para tentar digerir o insuportável.
– Quanto
mais você trabalha, menos você lembra – ensina o pai. – Temos que levar nossa
vida. Temos que sorrir porque as tivemos do nosso lado. É melhor sorrir
lembrando do que chorar a perda, não vai adiantar. Vamos sorrir e seguir a
vida. A gente vai sofrer, vai chorar, mas tem que tocar – conforma-se.
Juntos há 30
anos, os empresários asseguram que o casamento se fortaleceu – amparam-se um no
outro, não ficam um único dia apartados. Acabam de se mudar para um sítio a
cerca de 15 quilômetros do centro de Santa Maria. Deixaram para trás a casa com
o vazio das gurias.
Fonte:gauchazh.clicrbs
Muito triste 💔
ResponderExcluirMuito triste
ResponderExcluirNão tem como esquecer um tragedia dessa, triste demais.
ResponderExcluirtriste
ResponderExcluirNão tem como esquecer essa tragedia sou aqui de são paulo, lembro ate hoje eu fazendo cafe no domingo e assistindo o jornal no sbt, e veio a noticia ao ar sobre a tragedia.
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