Thailan de Oliveira



     Ana Marli Oliveira dos Santos achava tão bonito o nome do filho da vizinha que resolveu batizar o seu primogênito, três anos mais novo, da mesma forma: Thailan. O destino dos dois parecia estar traçado desde então. Thailan de Oliveira, 18 anos, e Thailan Rebhein de Oliveira, 21, cresceram juntos na mesma rua de Agudo, município de 16 mil habitantes localizado a cerca de 70 quilômetros de Santa Maria.
Inseparáveis desde a infância, a ponto de chamarem-se de “irmãos”, freqüentavam os mesmos locais e aos finais de semana costumavam ir à localidade de Cerro Chato, interior do município, para fazer churrasco e tomar banho de rio. 
A trajetória dos dois amigos chamados Thailan era parecida não apenas pelo nome e pela rua Euclides Kliemann, onde moravam a uma distância de 100 metros um do outro, em casas simples de madeira. Tirando o fato de o mais novo ser colorado, e o mais velho gremista, a amizade era marcada por pontos em comum. O mais novo colocou brinco na orelha após ver o amigo usar. Também por influência do mais velho, decidiu que iria para o Exército neste ano. O alistamento ocorreria no dia 5 de fevereiro. “Ele queria ir para o quartel muito por causa do outro Thailan, que tinha servido dois anos antes”, conta a mãe do mais novo, Ana Paula Campos de Oliveira, 35 anos, que é autônoma e perdeu o mais velho dos quatro filhos.

O que diferenciava os dois xarás eram os apelidos. Por ser o mais velho, Thailan Rebhein era chamado de Tatá Um. O mais novo era conhecido como Tatá Dois ou Leitão. “Ele era gordinho, depois emagreceu. Mas gostava do apelido”, justifica a mãe. Embora não tivessem grau de parentesco, até o sobrenome Oliveira era o mesmo. Isso fez com que o número de mortos no incêndio tivesse que ser revisado pelo governo do Estado, já que inicialmente as autoridades acreditavam que eles fossem apenas uma pessoa.
Thailan trabalhava em uma fruteira, mas seu sonho era um dia dirigir trator nas lavouras de arroz da região. Também estava economizando dinheiro para comprar uma motocicleta.
Fonte:Correio do povo



       Thailan de Oliveira,  havia ido com o amigo de infância Thailan Rebhein de Oliveira e sua namorada Bruna Neu  pela primeira vez à Kiss.Uns amigos tinham emprestado o dinheiro do ingresso para ele - lamenta a mãe.
     Era um rapaz esforçado,  que mais contribuía para a renda familiar pois tinha o maior salário da casa.Como seu pai, Olinto Souza dos Santos, 73 anos, foi aposentado por causa de uma isquemia e perdeu a visão por diabetes, o trabalho de Thailan numa fruteira e seus bicos com conserto de computadores eram cruciais para o sustento do lar, onde moram mais três irmãos.
A mãe guarda com carinho a bombacha do filho, apaixonado por música gaúcha. “Eu que ensinei ele a dançar. Era meio travado”, explica Ana Paula.
Fonte: GZH e Correio do povo

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