Formado em Economia, Ricardo Dariva, de 24 anos, preparava-se para fazer um mestrado. Torcedor do Grêmio, ele tem uma bandeira do time do coração em cima de seu caixão.
- Foi uma morte estúpida. Nunca ia esperar uma coisa assim - disse o pai de Ricardo, o professor Juarez Dariva.
O último dia 5 de junho seria um dos mais difíceis da vida da professora de literatura Celanira Dariva, 58 anos, e do marido dela, o artista plástico Joarez João Dariva, 69 anos. Nesta data, o filho caçula do casal, o economista Ricardo Dariva, completaria 24 anos. Mas foi justamente neste dia, no que eles consideram uma homenagem ao jovem morto na tragédia da Kiss, que nasceu Rafaela, a primeira filha de Paula Dariva, a filha mais velha de Celanira e Joarez.
"Enfrentamos muitas perdas. Primeiro foi a nossa sobrinha, que teve leucemia, depois o pai do Joarez, que já tinha 96 anos, o Ricardo, e a mãe do Joarez, de 97 anos. Todos eles moravam nessa mesma casa. Foi muito sofrido, mas acredito que uma perda foi nos preparando para a outra. O nascimento da Rafaela, no mesmo dia do aniversário do Ricardo, foi uma grande bênção", afirma Celanira.
Joarez trabalha em casa e se manteve bastante ativo mesmo após a tragédia. Ela também preferiu não parar e até confessa que quis pegar algumas atividades a mais, para manter a cabeça ocupada. "Há momentos de pico. Tem horas que sinto muita vontade de chorar, então choro bastante. Mas meu filho era a coisa mais alegre que existia. Ele era muito da natureza, gostava de fazer rapel, de música, de cachoeira, de praia. Sei que ele não queria nos ver tristes, por isso, depois deste fim de ano, nas férias, vamos em busca de algumas dessas coisas que ele gostava. Quero viver feliz para ele", diz Celanira.
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