Marton Matana ,21 anos, natural de Ibarama, apaixonado por natureza , cursava o 6º semestre de Engenharia Florestal, na UFSM, a formatura em 2014 já era planejada pelos familiares. Filho de agricultores, dona Margarete Matana e Jair Matana, nunca negou ajuda aos pais na lida do campo ou nas tarefas da casa. Gremista fanático sonhava conhecer o ARENA. Alegre e espirituoso, os amigos comentam o seu jeito de fazer rir, com suas piadas engraçadas, não havia lugar para tristeza. Seus amigos lembram-se dele como o bom companheiro, solidário e espirituoso. Consideram um privilégio terem convivido com Marton.
Estava com a namorada, Tatielli Arrial, de Sobradinho, que sobreviveu. A jovem Tatiele Arrial ainda busca forças para superar a tragédia , quase um ano após o incêndio que matou 242 pessoas. Internada mais de sete vezes desde então .
A sobrevivente conta que foi até a boate com amigos e depois encontrou com o então namorado, Marton Matana, e outro colega, por volta das 3h. Ela descreve que a casa estava cheia, tinha empurra-empurra, mal era possível caminhar. Marton pediu que ela esperasse por ele em um ponto, enquanto se despedia do grupo que o acompanhava. Ele deu um beijo na jovem, disse que a amava e que voltaria logo. Foram as últimas palavras.
Às 3h15, começaram os gritos e a correria. Quando a fumaça começou a se espalhar, Tatiele foi retirada da boate, mas não conseguiu encontrar o namorado.
Às 3h15, começaram os gritos e a correria. Quando a fumaça começou a se espalhar, Tatiele foi retirada da boate, mas não conseguiu encontrar o namorado.
— Fiquei por duas horas gritando o nome do Marton e do amigo dele lá na frente, no meio da fumaça, vendo as pessoas morrer nos meus pés, tendo convulsões. Nunca mais os vi. Eles morreram. Às 5h, os bombeiros avisaram que ninguém mais estava com vida dentro da Kiss. Fui levada ao hospital.
Após a primeira internação, o alívio de estar viva. Mas doenças como depressão pós-traumática, síndrome do pânico, anorexia, infecções, pneumonias e inflamações após o incêndio fizeram com que a rotina dela ficasse dividida entre o hospital e a casa. Ela perdeu 15 kg e, só agora, começa a se recuperar.
As lembranças de Marton Matana estão sobre toda parte da casa da família dele.A cama que ele usou durante toda a infância segue no mesmo lugar e se depender da mãe vai permanecer por ali por muito tempo.Há quatro anos ele havia deixado o interior do município atrás de um sonho morar em Santa Maria , fazer mestrado e doutorado para subir na vida. Segundo a mãe dele dona Margarete, tudo que ele queria conseguia, por sua persistência em vencer.
Marton era considerado a alegria da casa, quando vinha em Ibarama pelo menos duas vezes por mês gostava de ficar com a família, mais fazia questão de visitar quantos amigos pudesse.
André Posser e Marton eram grandes amigos e morreram juntos na tragédia da Boate Kiss.
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