Henrique Nemitz Martins



     Henrique Nemitz Martins, 26 anos, cursava o oitavo semestre de Medicina Veterinária na Universidade de Santa Maria.No final da manhã daquele 26 de janeiro de 2013, a turma e os professores do 8º semestre de Medicina Veterinária  se reuniam num churrasco. O “churras”, que entrou pela tarde, foi “de cantoria, diversão e muita alegria”. Henrique Nemitz estava lá.



     Participava de movimentos tradicionalistas e piquetes cavalarianos.


     Deixa um irmão Junior Nemitz, a mãe Marlei Nemitze o pai. Já tinha saído do local e voltou para salvar os amigos.



     Entre os mortos, sete eram frequentadores diários do HVU, como é chamado o Hospital Veterinário Universitário. Alguns estagiavam lá e estavam prestes a se graduar. O professor Segala conta que se dava muito bem com todos eles, mas tinha uma relação especial  com Henrique. Natural de Manoel Viana, município com pouco mais de 7 mil habitantes na Região da Campanha, o jovem compartilhava com o professor a paixão por cavalos. Tornaram-se amigos a ponto de o estudante pedir conselhos ao professor após uma briga recente com a namorada.
     "A maioria dos alunos de veterinária é do meio rural. Eu e o Henrique tínhamos esse assunto em comum, os cavalos. Em um almoço de confraternização um dia antes da tragédia ele e Henrique, folhearam um catálogo de remates que o professor recebe com frequência em casa. "Mostrei a ele um cavalo e ele respondeu:"Esse é ruim", recorda o professor emocionado.

                                                   
A última foto



     Henrique Nemitz, fazia parte da turma de amigos de Manoel Viana. Mas morava em Santa Maria, para as aulas de Medicina Veterinária na UFSM. Aceitou o convite dos amigos Jovani e Delvani Rosso, que já estavam com Cássio e Renan Biscaíno no carro. Ele é o elo da turma com o amigo Jacob Thiele, 22 anos, colega de curso. Jacob leva junto o camarada com quem divide apartamento, Charles Weschenfelder, 25 anos, da Engenharia Elétrica.
     O rumo inicial do septeto é a danceteria Absinto. Mas ela está fechada. Resta a Kiss. Compram ingresso, furam a fila que dobra o quarteirão e entram á 1h. Movem-se com dificuldade no mar de gente.
     Depois da foto, eles se dispersam. Jovani e Charles vão ao bar. Renan dança. Delvani, Cássio, Henrique e Jacob olham as moças bonitas nos fundos da área VIP.
     Depois de esvaziar os copos de tequila, Jovani e Charles passam diante do palco, onde o vocalista entoa o hit Amor de Chocolate.
     Horas depois, a câmera está no piso da Kiss, perto do corpo do fotógrafo. Dentro dela, no cartão de memória, Jovani, Delvani, Cássio, Renan, Henrique, Jacob e Charles sorriem, em seu último momento juntos. Três estão mortos.

 
     O professor João identifica o corpo de Henrique antes que a família pudesse chegar a Santa Maria. Na estrada desde Manoel Viana, acompanhada de parentes, a professora Marlei Nemitz lembra da última vez em Alegrete, cuidando da mãe em estado grave. Pensava que a avó não resistiria aos próximos dias. Em sua última mensagem, Henrique a consolava. "Não se preocupe que Deus cuida da vó.







   


Henrique Nemitz Martins


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