Francielli era secretária em um estúdio de Pilates em Santa Maria.Morava com a irmã Cecília em Itaara, com sua filha Jenifer de sete anos e sua sobrinha Eduarda de quatro anos.
Filha do jardineiro Vlademir Antônio Vargas e de Iracema Teixeira vargas ex-empregada doméstica,eles criaram os quatro filhos com pouco dinheiro em uma casa muito modesta do Bolneário Pinhal em Itaara. Ainda assim conseguiram educá-los dentro dos preceitos de honestidade e fé religiosa , fazendo de Fábio, Franciele, Cecília e Camila seus maiores tesouros. Infelizmente no dia 27 de janeiro de 2013, metade dessa riqueza foi tirada do casal.
A perda das filhas do meio deixou o casal sem chão e Vlademir atribui ao amparo divino a sanidade que foi mantida nos dias que se seguiram á morte prematura das filhas. O consolo veio da fé e das duas joias que as duas moças lhe deixaram de herança: Jenifer, sete anos, filha de Franciele e Eduarda, quatro anos, filha de Cecília.
Tendo crianças novamente em seu lar - Camila tem 17 anos, e Fábio, 30, é casado e mora em outro local. Vlademir pensou em providências para melhorar a morada humilde e cheia de frestas.
Mesma preocupação teve a Márcia Bopp, atendente de padaria e amiga de longa data da família, que ainda em fevereiro começou a mobilizar pessoas para dar uma casa nova para os Vargas.
Márcia comentou sobre os seus planos com a vizinha Eleci Ramos Pereira Neves que encampou a ideia. Eleci convidou a arquiteta Téssia Kapp do escritório ArqConjunta, para fazer um projeto para a nova morada e foi prontamente atendida.
O projeto que Téssia desenvolveu junto com a arquiteta Carolina Nunes prevê uma casa de 100,5 metros quadrados, com três dormitórios, sendo um deles suíte, salas de jantar e de estar, banheiro social, cozinha e uma varanda, para a família tomar chimarrão ao ar livre e apreciar o jardim.
Para erguer a casa as amigas montaram uma estratégia: deixar listas com os materiais de construção necessários em lojas especializadas em Itaara e Santa Maria.Uma conta corrente também foi aberta para facilitar as doações em dinheiro que serão úteis para pagar a mão de obra necessária para materializar o sonho da família enlutada.
Muito modesto seu Valdemir, não se queixa de nada. Nem da morte das filhas, nem da condição precária de sua casa.
_Eu graças a Deus, estou bem. Minha família está bem. Não posso me queixar para Deus. Somos muito unidos. A separação é carnal, mas estamos ligados para sempre. - diz lembrando que há famílias de vítimas da Kiss com necessidades tão grandes ou maiores do que a deles
Valdemir diz que está de acordo com os desígnios divinos,apesar da tristeza que os abateu.
_Elas apareceram num sonho para mim e a Franciele falou:"Pai, nos não sentimos nada e está todo mundo bem."Então fiquei triste por elas terem morrido tão jovens, mas feliz porque estão bem. As crianças também estão bem, sabem a verdade desde o início e estão melhor do que eu esperava.Deus não erra. - diz.
Márcia Bopp agradeceu a todos em sua página da rede social e pediu mais ajuda para o termino da realização da casa do seu Vlademir. As doações vieram de vários lugares do Brasil, Rio de Janeiro, Brasília, Belo horizonte e tantos outros estados e municípios do Rio Grande do Sul. Várias e grandes empresas, juntamente com os moradores de Santa maria e Itaara, também contribuíram para a realização desse sonho que partiu da ideia de Márcia Bopp. "Deus é poderoso, e quando recebemos ajuda de pessoas caridosas e bondosas as coisas evoluem" - diz Márcia.
Comentários
Postar um comentário