Flávia Maria Torres Lemos



     
Flávia Maria Torres Lemos, 22 anos, natural de Santa Maria, cursava licenciatura em Pedagogia na UFSM.
Segundo Hedi, o pai de Flávia, Arizoli Lemos, tinha levado a estudante de Pedagogia na UFSM até a porta da boate Kiss. Ele era taxista e pretendia ir buscá-la na saída da festa. Quando soube da tragédia, correu para o local. Mas era tarde.


"Não perdi apenas a minha filha, perdi cinco filhas", contou Fani Torres, mãe de Flávia. A jovem foi a casa noturna comemorar o aniversário da amiga Andrielle Righi ao lado das amigas , Vitória Saccol, Gilmara e Mirela Cruz.


O principal ponto de encontro das meninas era a casa da manicure Fani Torres, 63 anos, mãe de Flavinha. Era lá, no imóvel de quarto, sala e cozinha, que as gurias gostavam de se arrumar. Como Flavinha era filha única, nascida quando Fani já havia completado 40 anos, a manicure, mãe solteira, acabou vivendo só para ela. Mesmo com poucos recursos, deixava de comprar para si para dar o máximo de conforto permitido por sua baixa renda. Por isso Fani agregava em casa as amigas das filhas. Chegava a lavar as roupas delas esquecidas por ali e devolver os tênis limpos. Queria ter Flavinha por perto e quem mais a filha escolhesse. Não se importava que elas passassem a noite fofocando sobre meninos e seus sonhos. Toda aquela movimentação preenchia o seu tempo. Fani se realizava em Flavinha. Queria muito pouco para si desde que a estudante de Pedagogia tivesse o suficiente para realizar seus desejos. 



Para lutar contra dor e a saudade, doação. Mães de cinco jovens que perderam a vida no incêndio da boate Kiss, se uniram para ajudar as crianças carentes. Criaram a ONG Para Sempre Cinderelas para continuar o trabalho voluntário das filhas que morreram na casa noturna. Juntos, os familiares visitam creches e arrecadam doações de roupas, alimentos e objetos de higiene.
"Fomos até a escolinha perto do natal. Minha filha ficou muito emocionada, chegou em casa e disse que dali para a frente iríamos ajudar sempre juntas", relembrou Fani.
A ideia de criar uma ONG veio da prima de Flávia, Marília Torres, uma semana após o incêndio. Ela criou o nome Para Sempre Cinderelas para que a prima e suas amigas nunca fossem esquecidas.








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