David Santiago de Souza



    

 David Santiago Souza ,23 anos, natural de Campo Grande(MS) cursava o 3º semestre de Odontologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e saiu para comemorar seu aniversário de 23 anos na boate Kiss. 
"Ele não ia sempre nesta boate. Casualmente tinha ido comemorar o aniversário de 23 anos", disse a tia de David, Elisabeth Souza, apoiada ao caixão próxima a uma folha de papel com o nome do sobrinho, colada á madeira com um esparadrapo. Elisabeth aguardava a chegada dos pais do rapaz, que moram atualmente em Campo Grande(MS). O acadêmico de Odontologia é ex-aluno do Colégio Auxiliadora. Chocados com a notícia, colegas de David postaram fotos dele com a turma, na página do jovem no facebook. Mas, a maioria diz ter perdido o contato com o estudante, depois da formatura do ensino médio, em 2008.
      No Colégio Auxiliadora, onde ele estudava, o jovem foi apelidado pela turma 3° ano B, de Rooney por parecer fisicamente com o jogador de futebol Wayne Rooney, do Manchester United, time da Inglaterra. 

Fonte: Tudodoms

Pais de David(Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)

Depois de sepultar o corpo do filho, o enfermeiro Eduardo Pena de Souza, 54 anos, foi até o apartamento em que o jovem morava na cidade gaúcha. Encontrou frutas em cima da geladeira, o controle embaixo da cama- uma mania de David - e as roupas na lavandeira. Um mês depois da tragédia, a família, residente em Campo Grande, ainda não conseguiu mexer no imóvel. 


"Deus nos pregou uma peça enorme. Ele foi antes de nós", disse Souza ao G1. "Não tive coragem de desfazer o apartamento, foi a parte mais pesada", lembra. Um dia antes, na manhã de domingo, acordou e viu várias chamadas não atendidas do irmão, tio do jovem, que também mora em Santa Maria. 
Ao falar com o irmão, ouviu a recomendação para que fosse forte. "Ele falou que havia acontecido uma tragédia numa boate em Santa Maria em que provavelmente David estava lá." Souza diz que ele e a mulher, Jânea Santiago de Souza, 54 anos, entraram em desespero. "Quando liguei a televisão já eram 180 mortes confirmadas". Quando conseguiram chegar a Santa Maria, na manhã de segunda-feira, o corpo de David havia sido reconhecido pelos tios e estava sendo velado. "Ele não estava muito ferido, tinha apenas uma queimadura na orelha", lembra a mãe. 

O casal mora em Campo Grande há 13 anos e conta que sempre incentivou o filho a estudar em Santa Maria por acreditar que era o local mais adequado para a faculdade. Boa parte da família havia cursado o ensino superior nesse município. David, conforme Jânea, tinha planos para voltar à capital sul-mato-grossense.

Eduardo comenta que, para ele, falar do filho não representa remoer a dor, mas uma forma de manter viva a memória do filho. “As qualidades dele não somos nós que dizemos, foram os colegas e professores. Nunca tive problema com o David, mas não esperava o que estava reservado. Ter que enterrar um filho e todo um projeto é algo anormal, mas foi a vida dele”.

 A última vez que esteve com os pais viram David foi entre os meses de maio e junho de 2012. Souza fez questão de ler uma carta escrita à mão pelo filho, encontrada no apartamento. “Vejo-me com saúde e paz e sem motivos para ser triste”.

Um primo de segundo grau do universitário, Walter Melo, 20, também morreu na tragédia. O corpo de David foi sepultado na tarde de ontem.
Fonte: G1 globo.

Comentários