Bruna Karoline Occai, 24 anos, nascida em Belmonte(SC). Formada em Biomedicina, cursava mestrado em Bioquímica Toxicológica em UFSM. Filha de Cleci Occai, funcionária pública e Antônio Occai, produtor rural.
Seus sonhos foram interrompidos pela tragédia de Santa Maria. Estudante terminava o mestrado e iria tentar seleção para doutorado antes de morrer no incêndio da boate Kiss.Ela estava a um artigo de realizar um grande objetivo:de ser mestre.Já havia defendido a dissertação em banca e se preparava para a seleção de doutorado, além de ter planos de ir para o Canadá estudar.
Bruna era o orgulho para a família pois poderia ser a segunda pessoa da cidade a fazer doutorado. A irmã Carina disse que ela sempre lhe incentivava a estudar. Além de inteligente, Bruna era bonita. Havia sido eleita Rainha de Belmonte quando tinha 18 anos.
Bruna ouviu na universidade que vários alunos iriam se encontrar na boate Kiss. Ligou no sábado para casa da família e comentou que iria sair. A mãe incentivou a filha a se divertir. Foi a última vez que a família falou com a estudante.
A catarinense era tão apegada á família que todos os dias ligava para a mãe. Bruna saia pouco e só se dedicava aos estudos, segundo a irmã mais velha, Carina Occai, 33 anos.
Em sua última postagem no facebook, no dia 20 de janeiro, a jovem deixou a seguinte mensagem:" O que é seu, chega com o tempo...O que não é, se vai com ele..."
O corpo da jovem foi reconhecido por amigos, que ligaram para os pais da moça, que viajaram á cidade gaúcha para encaminhar o translado do corpo. O deputado federal Pedro Uczai é irmão do pai de Bruna e fez o reconhecimento do corpo, afirmando que a sobrinha morreu asfixiada com a fumaça."O corpo dela estava normal", além de acompanhar a família a Santa Maria.
Ele sempre incentivou a sobrinha para que estudasse, dando dicas de como conseguir bolsa, pois a família é humilde.
Dias após o incêndio , a família de Bruna teve uma grande surpresa quando pegou os pertences da filha, ela havia gravado um vídeo antes de sair para a boate Kiss, onde aparece sem aparelho ortodôntico. Segundo a família, ela havia acabado de tirar o aparelho. Os pais só conseguiram ver o novo sorriso da jovem depois que pegaram o computador na casa dela.Nele, um vídeo mostra Bruna sorrindo e fazendo poses para a câmera.
Os pais de Bruna buscam nas fotos da filha lembranças e energia para superar a perda. Para a mãe, Cleci Occai, o maior sofrimento é ver tantos planos e projetos interrompidos.
Quando criança, Bruna tinha o costume de deixar cartas espalhadas pela casa para os pais e a irmã. Ela falava diariamente com a família, por telefone, mas na última semana de vida, decidiu resgatar o costume e escreveu uma carta para a mãe e outra para o pai. " E ela com toda a sinceridade dizia que amava a nós. Esse é o sentimento que fica, de gratidão e ao mesmo tempo, que não está mais entre nós." afirma o pai Antonio Occai.
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